sexta-feira, 31 de agosto de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
2012
1. HOJE
céu de
bladerunner
cinza azul
violáceo
fim de tarde
as nuvens
baixas sobre nossas cabeças
transformam as
cores em tons de púrpura
telhados
refletidos e cachorros latindo
o telefone toca
e a vontade é de não atender
alô
era o vendedor
não
não vai chover
sobre nossas cabeças
não
nem prenúncio
de precipitação
nem gota
perdida
céu chumbo seco
de outono
ar que não
respiro
mais um trajeto
curto esbanjando diesel
e a noite caí
e a lua cresce
mas a ar odor
permanece
diariamente
produzindo
corpos mentes doentes
no corre corre
esbaforido pelas calçadas
no trânsito
estúpido entupido das esquinas
nas filas das
clínicas corredores hospitalares
não vai chover
pelos próximos dias
nem nunca
repete
minha cabeça
pesada e poluída
enquanto os
tons de céu púrpura violáceo
dão lugar a luz
tosca do poste em frente à casa
noite alguma
existe
perambulo
atentamente entre as palavras
respiro pouco
bebo água e
uisque no mesmo copo
no mesmo corpo
cigarro
catarro
poeira
anseio de
chuveiro
água de chuva
cheiro de chuva
terra molhada
suores
ardores
tremores
que fosse esse
o fim
distante dos
melhores vinhos
tão longe de
Paris
meu último
gesto de ternura
um gosto de
lágrima futura
que lentamente
se inaugura
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
antigos
areá panela
gosto de levar a panela brilhando
e a roupa alva
no serviço da casa
ofício poético
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
precaução e cautela
A MEDA
a Meda tinha medo de tudo
tinha medo de fantasma,
tinha medo de barbudo
tinha medo de policia
que só dava má notícia
tinha medo de ladrão
que pulava o seu portão
tinha medo de caranguejo
que beliscava seu pé
tinha medo de piranha
e também de jacaré
quando via um marimbondo
a Meda saía correndo
e se escutava um estrondo
as pernas ficavam tremendo
se subia uma montanha
depois de uma certa altura
o seu medo aumentava
se transformava em paúra
pra Meda nada é seguro
corria até mesmo da sombra
nunca saía no escuro
e também não pegava onda
não andava à cavalo,
tinha medo de cachorro
se escutava um estalo
gritava pedindo: socorro !
tinha medo de muita gente
medo de estar sozinha
tinha pavor de serpente
medo... até de galinha
se a Meda ficasse em casa
não saía do sofá
com medo que o bicho-ladrão
surgisse de algum lugar
um dia, eu disse pra ela
não ter tanto medo assim
o mundo era tão belo
olhe as flores do jardim !
- pra quem tem informação
o medo não manda não
basta ser cauteloso
e ouvir o coração...
a Meda tinha medo de tudo
tinha medo de fantasma,
tinha medo de barbudo
tinha medo de policia
que só dava má notícia
tinha medo de ladrão
que pulava o seu portão
tinha medo de caranguejo
que beliscava seu pé
tinha medo de piranha
e também de jacaré
quando via um marimbondo
a Meda saía correndo
e se escutava um estrondo
as pernas ficavam tremendo
se subia uma montanha
depois de uma certa altura
o seu medo aumentava
se transformava em paúra
pra Meda nada é seguro
corria até mesmo da sombra
nunca saía no escuro
e também não pegava onda
não andava à cavalo,
tinha medo de cachorro
se escutava um estalo
gritava pedindo: socorro !
tinha medo de muita gente
medo de estar sozinha
tinha pavor de serpente
medo... até de galinha
se a Meda ficasse em casa
não saía do sofá
com medo que o bicho-ladrão
surgisse de algum lugar
um dia, eu disse pra ela
não ter tanto medo assim
o mundo era tão belo
olhe as flores do jardim !
- pra quem tem informação
o medo não manda não
basta ser cauteloso
e ouvir o coração...
sábado, 18 de agosto de 2012
apocalipse
vim nesta vida a passeio
recreio interminável
nasci poeta
esqueça
pau que nasce torto
vira trepadeira
entre paris e barcelona
trazer à tona
o meio da terra
o magma
denso
pra depois submergir
e verter
o inverso
nas águas frias
dos pirineus
verbalizei
o concreto na sala estar
não foi fácil
vomitar na sua frente
passei por aqui
e acenei
– nada de novo sob o sol
as referências eram outras
reverências
mas não deu tempo
o tempo dos rios
dos aeroplanos
dos aeroportos
dos passarinhos
migratórios
vi
mas não estava lá
o trânsito de marte
o tráfego aéreo
congenstionamento solar
me atrasei
o que é que eu tô fazendo aqui?
é bom estar no multiverso
sempre acreditei que a poesia
salvaria o mundo
dos deuses e da ciência
mas isso foi antes
de te conhecer
recreio interminável
nasci poeta
esqueça
pau que nasce torto
vira trepadeira
entre paris e barcelona
trazer à tona
o meio da terra
o magma
denso
pra depois submergir
e verter
o inverso
nas águas frias
dos pirineus
verbalizei
o concreto na sala estar
não foi fácil
vomitar na sua frente
passei por aqui
e acenei
– nada de novo sob o sol
as referências eram outras
reverências
mas não deu tempo
o tempo dos rios
dos aeroplanos
dos aeroportos
dos passarinhos
migratórios
vi
mas não estava lá
o trânsito de marte
o tráfego aéreo
congenstionamento solar
me atrasei
o que é que eu tô fazendo aqui?
é bom estar no multiverso
sempre acreditei que a poesia
salvaria o mundo
dos deuses e da ciência
mas isso foi antes
de te conhecer
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
saudades da chuva
entre venus e plutão
rota de colisão
amsterdam
pela manhã
anéis de saturno
o céu de júpiter
é o limite
acredite
foi afrodite
quem me disse
que entre urano e marte
há um combate
é certo
a bola oito
no buraco negro
é meu palpite
não grite
que a velocidade
da luz
é bem maior
que o lapso
do tempo
e num piscar
de olhos
do Buda
tudo muda
tudo se ajeita
me ajuda
que entre o céu e terra
não há pedra
sobre pedra
que não ceda
água que mata a sede
rompe as nuvens
invade a tarde
até quebrar
sua dureza
terça-feira, 14 de agosto de 2012
aqui e agora
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
genocídio
me tire daqui
antes que eu cometa
essa loucura
e asteróide-me
no espaço tempo
fresta que me resta
lucidez incompleta
lúcifer
asteca
me tire daqui
que as luzes
se apagaram
e a cortina
carcomida
de veludo vermelho
entardeceu
e não é que você veio
mesmo
no meio da noite
num cavalo todo branco
prateado de lua
nova
não é que você veio
a tempo
e atendeu
o meu pedido
meu desejo mais
antigo
de matar
a saudade
contigo
antes que eu cometa
essa loucura
e asteróide-me
no espaço tempo
fresta que me resta
lucidez incompleta
lúcifer
asteca
me tire daqui
que as luzes
se apagaram
e a cortina
carcomida
de veludo vermelho
entardeceu
e não é que você veio
mesmo
no meio da noite
num cavalo todo branco
prateado de lua
nova
não é que você veio
a tempo
e atendeu
o meu pedido
meu desejo mais
antigo
de matar
a saudade
contigo
Assinar:
Postagens (Atom)