terça-feira, 27 de dezembro de 2011

máculas



rever amigos
palíndromos
palavras

reler as falas
as fábulas
passadas

reter conceitos
implícitos
no universo

reinventar trajetos
oásis
desertos

subverter o espaço
cibernético
reverter os polos
magnéticos
repensar os tempos
estratégicos
reduzir os danos
manifestos

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

papo sem fim

ta muito nova
nao gosto dessa midia
meu papel aqui nao eh de poeta
sabe como eh
acho um saco
so eh bom encontrar umas pessoas
mas mesm assim
prefiro abraçar
o mundo

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

de fato
andava distraída
meio deprimida
meio puta da vida
meio não via saída
inteira dúvida disfarçada
inteira desanimada
cabisbaixa
como um oriental
envergonhado
desorientado
justo hoje
no dia da estréia
dei de entregar os pontos
depois de tantos descontos
como quando onde
plantei mais flores
neste caminho
colhi apenas
as penas
de um passarinho

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

a batida

um dia de faxina a menos
um dia de café pequeno
um dia mais
um dia ameno

bom dia pra tomar veneno
bom dia para estar sereno
um dia a mais
um dia a menos
é o que temos

um dia pra mudar o mundo
um dia pra encontrar o fundo
um dia claro um dia escuro

é claro
eu não reparo
se o dia é branco
se estamos juntos
o dia é lindo
se chove muito
fica tão úmido
que nasce fungo
se esquenta muito
minha cabeça
dói

um dia só em pensamento
no outro dia - só tormento
um dia passa
o outro é lento

bom dia para um casamento
bom mesmo é estar atento
um dia é mar
um dia é vento
é o que queremos

um dia pra curar o mundo
um dia pra sair do fundo
um dia tenso e outro extenso
é tenso

eu não espero
se dia é blue
você distante
o dia é solo
eu não reparo
não olho as nuvens
não vejo o movimento
meu coração
é só

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

entre venus e plutão
rota de colisão
amsterdam
pela manhã
anéis de saturno
o céu de júpiter
é o limite
acredite
foi afrodite
quem me disse
que entre urano e marte
há um combate
é certo
a bola oito
no buraco negro
é meu palpite
não grite
que a velocidade
da luz
é bem maior
que o lapso
do tempo
e num piscar
de olhos
de Buda
tudo muda
tudo se ajeita
me ajuda
que entre o céu e terra
não há pedra
sobre pedra
que não ceda
água que mata a sede
rompe as nuvens
invade a tarde
até quebrar
sua dureza

terça-feira, 20 de setembro de 2011

ser múltiplo
com talento
polivalente
sem coragem
joana darc
sem elmo
pingo de chuva
na tempestade

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

adoro a luz
adoro a luz verde da tempestade
quando nasce o dia
meu orgulho
é apenas um mal trato
social
despeito
de não ter nascido
para isto
ou aquilo

sábado, 16 de julho de 2011

a lua cheia tem perfume
de flor-de-laranjeira
a lua cheia cheira
perfume de flor

a lua vem
a lua vai
a lua volta, menina

a lua míngua, mina
desaparece

está no céu de dia
à noite cresce

a lua cheia
chega
a noite tece


a lua cheia tem perfume
de flor-de-laranjeira
a lua cheia cheira
perfume de flor
a lua cheia tem perfume
de flor-de-laranjeira

a lua é mulher

segunda-feira, 13 de junho de 2011

jornal da manhã

todo dia
um acidente
diferente
vítima ou
paciente
estatística
evidente
salve sua pele
salvem-se os dentes
os dedos
os indigentes

todo dia
um diferente
vítima
de acidente
estatística
paciente
onipresente
salve sua alma
salvem-se os espíritos
de porco
os loucos
de toda patente

sexta-feira, 3 de junho de 2011

síntese

creia em mim querida
da vida só se tem a medida
quando distraída
ela passa

batida

antiga mente

eu também vou estar velha
na próxima primavera
quem sabe ?
a vomitar
poemas
nas manhãs de maio
prenha
de tanta palavra
numa ânsia
que não se esgota
nessa reviravolta
da palavra que se solta
posso ser ou não
e isto
posto
basta

domingo, 17 de abril de 2011

ontem


Afternoon on a Hill

I will be the gladdest thing
Under the sun!
I will touch a hundred flowers
And not pick one.

I will look at cliffs and clouds
With quiet eyes,
Watch the wind bow down the grass,
And the grass rise.

And when lights begin to show
Up from the town,
I will mark which must be mine,
And then start down!

Edna St. Vincent Millay (22 de Fevereiro de 1892 – 19 de Outubro de 1950)
in http://www.gutenberg.org/files/109/109-h/109-h.htm

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Se eu abrisse as trancas e me afastasse e virasse árvore

A CHEGADA DA CAIXA DE ABELHAS

Encomendei esta caixa de madeira
Clara, exata, quase um fardo para carregar.
Eu diria que é um ataúde de um anão ou
De um bebê quadrado
Não fosse o barulho ensurdecedor que dela escapa.

Está trancada, é perigosa.
Tenho de passar a noite com ela e
Não consigo me afastar.
Não tem janelas, não posso ver o que há dentro.
Apenas uma pequena grade e nenhuma saída.

Espio pela grade.
Está escuro, escuro.
Enxame de mãos africanas
Mínimas, encolhidas para exportação,
Negro em negro, escalando com fúria.

Como deixá-las sair?
É o barulho que mais me apavora,
As sílabas ininteligíveis.
São como uma turba romana,
Pequenas, insignificantes como indivíduos, mas meu deus, juntas!

Escuto esse latim furioso.
Não sou um César.
Simplesmente encomendei uma caixa de maníacos.
Podem ser devolvidos.
Podem morrer, não preciso alimentá-los, sou a dona.

Me pergunto se têm fome.
Me pergunto se me esqueceriam
Se eu abrisse as trancas e me afastasse e virasse árvore.
Há laburnos, colunatas louras,
Anáguas de cerejas.

Poderiam imediatamente ignorar-me.
No meu vestido lunar e véu funerário
Não sou uma fonte de mel.
Por que então recorrer a mim?
Amanhã serei Deus, o generoso – vou libertá-los.

A caixa é apenas temporária.

Sylvia Plath (1932-1963)
(tradução de Ana Cândida Perez e Ana Cristina César )
in http://www.culturapara.art.br/opoema/sylviaplath/sylviaplath.htm

quinta-feira, 14 de abril de 2011

transversa
tangencio o tempo
desapareço
toco sua alma
com a ponta
dos meus dedos
toco seu perfume
de romã
num solo
de piano
atravesso
de uma margem
a outra
com dúvidas
na bagagem
neste meio tempo
tangencio o alvo
invisível

quarta-feira, 30 de março de 2011

por que?

por que ?
sempre que mercúrio está retrógrado
que mercúrio está retrógrado
sinto uma vontade incontida
de ti
sempre que mercúrio está retrógrado
que mercúrio está retrógrado
uma imagem no espelho espalha
em mim
sempre que mercúrio está retrógrado
que mercúrio está retrógrado
redundo-te redundo-me
rejuvenesço
esqueço
sempre que
mercúrio está retrógrado
que mercúrio está retrógrado
e há algo a fazer

o que?

quarta-feira, 16 de março de 2011

MEIA PALAVRA

pra bom entendedor
meia palavra basta
se bom caçador uma caça
se bom pescador uma rede
pra uma construção
meia parede (basta)
para o violão o acorde
para uma canção um poema
mas pra que dizer o que estava escrito
pra que contar se era infinito


pra bom entendedor
meia palavra basta
se bom caçador uma caça
se bom pescador uma rede
para uma construção meia parede
para o violão o acorde
para uma canção
um poema

pra ir na contramão
basta seguir em frente
pra sofrer da razão
basta ser diferente
pra ter emoção
é só dizer
é só olhar
é só ouvir
perceber que
pra bom entendedor...



Lucina/ Carol

segunda-feira, 14 de março de 2011

SEM TITULO...

EU TENHO PENSADO
EM MANEIRAS
FORMAS
METODOS
SISTEMAS
ESTÉTICAS
MODOS ESPECIFICOS DE FAZER
AISTHÉSIS
MEIOS DE  SALVAR O ZINE
REUNIR O GEL
ENCONTRAR O GEL
PASSAR NA CABEÇA
NA PELE
NO CORPO
NO SACO
NA CARA
DOS MALÓTICOS
DOS HERÁLDICOS
EMBEBEDA-LOS
COM A PURA (OU NÃO)
AISTHESIA POÉTICA
ZINÁTICA
DOS ANARCOPUNKS
DA RIBEIRINHA
DO SACRAWENDELL
 
QUÁ! QUÁ! QUÁ !
MAS QUAL!
COMO SALVAR O ZINE?
COMO REUNIR O GEL?
A REDE HERÁLDICA QUE SISTEMATIZA
PÕE TUDO NOS LUGARES
EM EIXOS FIXOS
TORNA O UNDERGROUND TÃO LEGAL
LEGALIZADO
O UNDERGROUND É UM LUXO...
É TÃO LINDO...
VIAJANTES DESTAS MATÉRIAS
ETÉREAS...
METÉREAS...
NÃO SEI EM QUEM.
VAMOS SALVAR O ZINE !
FAZER MIDIA LIVRE
POLUIR O MUNDO COM POESIAS
ABASTECER
OS BANHEIROS PÚBLICOS
COM ROLOS DE POESIAS
ZINE OBJEKT 30M
AH....UNHNMMMM....
É COMO GRAVAR EM PELÍCULA
NO CINEMATÓGRAFO DOS LUMIÉRE
E EXIBI-LOS
 
EU QUERO!
ZINE !
GEL!
 
QUERO O MANIFESTO QUE NÃO CIRCULOU
NOS CORREDORES ESCUROS
NAS VIELAS E BECOS
DESTE CYBER MUNDO
QUERO TOMAR BANHO NA LAGOA DOS PATOS!
FAZER 4RT3 NO CHÃO
NAS PLACAS DE TRANSITO
NAS PORTAS DOS ONIBUS
NOS TUNEIS DO METRÔ
QUERO... QUERO...
MAS NÃO O FAÇO...
REUNAM OS AISHTEC'S SENHORES !
CORTEM AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
VENÇAM O TÉDIO TECNOLÓGICO!
COMPREM COMPUTADORES E OS TRANQUEM EM PORÕES
 
ESCONDAM AS PRISÕES SISTÊMICAS
ABRAM AS PORTAS DO UNDERGROUND
ABRAM O ALÇAPÃO DO UNDERGROUND
VAMOS AOS SUBTERRÂNEOS AISTHÉSICOS
AOS ESPAÇOS IMPROPRIOS
VAMOS AS GARAGENS HERMÉTICAS
FAZER ARTES EFEMERAS
FAZER ZINE !
FAZER MIDIA LIVRE !
SOLTAR OS GRITOS AISTHÉSICOS!
 
ATENÇÃO UNIDADES AISHTEC'S
A TODO VOLUME [OU NÃO]
TODOS O GRITOS!
NÃO SOU CHURRASCO NEM CHIMARRÃO!
O MUNDO É MINIMO !
24W A71Ç0U A MULHERADA!
ENCONTREI O ALGO QUALQUER !
O FUTURO FOI AGORA A POUCO!
A SOLIDÃO PASSEIA NO AR QUE RESPIRO!
A VIDA TERMINA NO PONTO FINAL!
ENTRE EXCLAMATIVAS E PRERROGATIVAS,
QUANTO PONTO E VIRGULA AINDA RESTA?
TERCEIRO GRITO: CALE-SE!
 
SIM
PRECISAMOS SALVAR O ZINE
ENCONTRAR O ALGO QUALQUER.
ACHAR O GEL
PASSAR NA CABEÇA...
ESSE BANG BANG UM DIA ACABA...
 
ORA, NÃO ME DEIXEM FALANDO SOZINHO
OU FALAR TUDO..
COMPLETEM [OU NÃO]
DIGAM, EVISCEREM SUAS GARGANTAS
RIBEIRESCAS
PUNKS
SACRÁSTICAS
VAMOS RIBEIRIZAR ESTE MUNDO!                              
VAMOS "ATIÇAR" A MULHERADA
VAMOS RETROGRADAR TUDO!
NOS SOMOS OS CÃES DE GUERRA!
VAGAMOS NA TERRA DEVASTADA,
NINGUEM NOS DETERÁ!
PORQUE SOMOS A ONDA AISTHÉSICA
QUE REVERBERA, TODO ECO É OCO!
QUEREMOS VER O OCO.
IR A PRAIA E TOMAR AGUA DE COCO
NÃO SEI QUANDO PARAR...
QUE MERDA!
CALE-SE!
EU QUERO PARAR MAS NÃO CONSIGO...
SEMENTES DE JAH!
VAMOS AOS SUBTERÂNEOS
AOS SUBTERFÚGIOS
CONTERRANEOS
SAIAM DOS REFÚGIOS
 
VAMOS AS GARAGENS HERMÉTICAS
PROCLAMAR NOSSAS HERESIAS
FAZER ZINES E MIDIA LIVRE
SUBVERSÃO?
NÃO, O GEL É LIVRE !
ESTA PREMISSA É MUITO PROFUNDA
E JÁ NÃO SOMOS PARTE
DA ESTÉTICA MALÓTICA
OU HERÁLDICA
NÃO SOMOS FIDALGOS
NÃO SOMOS DESTE UNIVERSO
ONDE OS HERÁLDICOS, OS MALÓTICOS E OS FIDALGOS ESCOLHEM
SE VÃO SER " PAU OU BUNDA..."
 
GEL!
AISTHESIAS
ENTRE RIO GRANDE E RIBEIRÂNEA
OS RIBEIRINHOS GRITAM
E AS AGUAS...
ONDAS RIBEIRESCAS
TODOS RIBEIRINHOS....
JUNTOS SOMOS GEL!
 
 
UAU!
"M3U P4U!"
 
 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

minha cidade: a terra inteira

Quarta-feira, Maio 31, 2006

meu caro

espero que tenha chegado bem
nessa viagem
e que seu destino
seja tão certo
quanto o nascer dos dias
tão doce
quanto as jabuticabas
no verão
eu
ainda estou aqui
esperando o dia
da partida
como quem espera
num corredor lotado
a sua vez
contando os dias
e as horas
prisioneiro que sou
deste reverso
calculo matematicamente
todas as possibilidades
do imprevisível
estendo minhas noites
sobre o diário das viagens
alheias
como se fossem minhas
só minhas
e sonho
extensão do ser
intenção do verbo
nem saí daqui e já estou viajando


domingo, 27 de fevereiro de 2011

aparte

a arte que
imita a vida
a vida que é arte
em toda parte
é filme
é fim de tarde
repare
desperte
dispare
que é arte
o que a gente
reparte

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

nada pessoal

foda-se a realidade
foda-se o tempo inteiro
foda-se a verdade
foda-se companheiro

foda-se
se o telefone
não funciona
foda-se
se a lâmpada
queimou
se as contas
não estão pagas
se o dinheiro
acabou
fodam-se
as coisas da casa
fodam-se
os seus artifícios
fodam-se
todas as tardes
fodam-se
as situações difíceis
se o carro
está quebrado
ou se está sem
combustível
se a comida
está cara
e acaba
apodrecida
foda-se
sem amorrr mesmo
foda-se
ao extremo
foda-se
com letras maiúsculas
foda-se
qualquer desejo
foda-se
se for capaz
foda-se
se não quer mais
foda-se
antes do almoço
foda-se
meu rapaz

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

γλκὑῤῥιζα


desejo de alcaçuz
de cachou
de potters
de Glycyrrhiza
regalèssia
desejo de monalisa
morfina
tragédia

desejo de caju
de cupuaçu
de pitanga
bacuri
felicidade
ópio
pequi
diversidade

desejo
andar
a vontade
toda nua
pele e pelo
na rua
de sua
cidade

(feito tatuagem)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

longe de mim (só saudades)


" só pode ser maldição
desejar tanto assim
não há outra explicação
sangro quando estás longe de mim

que frio, que solidão
se partes para Berlim
sangro quando estás longe de mim

pra África, Afeganistão
pra PQP, pra Pequim
sangro quando estás longe de mim
de dia nada tá bom
de noite tudo é ruim

eu sofro mais que o cão
eu travo, eu como capim
sangro quando estás longe de mim
enfio os pés pelas mãos
tomo pileques de gin
sangro quando estás longe de mim
encrenco com meu patrão
não cuido mais do jardim

não toco mais violão
não toco mais bandolim
sangro quando estás longe de mim
me toca ter convulsão
me toca cólica nos rins
sangro quando estás longe de mim
me toca palpitação se partes pro Tocantins

só pode ser maldição
desejar tanto assim
não há outra explicação
sangro quando estás longe de mim"

itamar assumpção - pretobrás II - maldita vírgula

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

outro lugar

a casa os canais
o mar do outro lado
o mar andar
de bicicleta e ver
o mundo todo
rodar girar
entardecer
de outro lugar
distante
se o mundo fosse
tão pequeno
antes
ouviria os sinos
os brados
se o mundo fosse
justo
a beleza se dividiria
em pétalas
que choveriam
só pra você

se acaso os canais
interromperem o fluxo
e os diques da cidade
não suportarem a força
de Posseidon
reza aos deuses todos
desvia o curso do destino
oferece a dádiva
da lembrança
toda distância
é pura imaginação
descansa do seu cansaço
enche os olhos
de alegria
canto que atravessa o dia
sereia que seria
o sonho de estar aí

um dia

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

3 +

rememórias

o raio revela à noite
quão escura
a noite é


noite urbana clareada
nem de noite
é estrelada


minha vó na tempestade
cobria os espelhos da casa
- ó raios revelados


antigamente não sabia
muito sobre as coisas
hoje sei menos


depois da ventania dos trovões
o silêncio silencia
renévoa agora


todo entorno dissipado
dentro da nuvem
a n j o s s o m o s n ó s



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ultrassom

chuva que cobriu
o céu
azul
de nuvens

chuva que caiu
do mar
azul
distante

chuva que choveu
no rio
chuva se perdeu
no meio-fio

chuva que limpou
o céu azul
sem nuvens

chuva se lançou
no mar
azul
ausente

chuva que varreu
o rio
chuva que desceu
no meio fio

chuva que molhou
o meu amor
brotou
semente

chuva que regou
o meu jardim
floriu

choveu
você em mim
floriu
você
choveu em mim ...
choveu

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

مكتوب

resistência reticente

queria tornar o tempo mais lento
mais raro
mais caro
queria tornar o verso o entorno
queria poder domar o tempo
entre esse momento e o outro
mas não posso
o tempo
passa correndo
um vento
meus cabelos embaraçados
idéias loucas
meu sumiço passa por isso
e tanta coisa mais que aconteceu
que deu saudades
daquela tarde céu azul anil

o tempo parece mais breve
leve apenas
a impressão do céu
as nuvens parecem mais altas
não tem problema não
não vai chover agora
mesmo assim
escrevo uma carta
uma correspondência
transfiro arquivos
pelo ar
escasso
tusso
fumo
caminho debaixo da chuva
para sentir melhor
o frio
esqueço
qual o começo o meio o fim
o que importa
não diga nada
pense apenas a distância
é mesmo aqui ou lá ou si
distância a gente não vê
sente
ela aparece do nada
e se consagra
me abraça forte
mesmo que de longe
e o tempo não resistirá

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Des terres brûlées



Ne Me Quitte Pas
Ne me quitte pas, Il faut oublier,
tout peut s'oublier qui s'enfuit deja.
Oublier le temps des malentendus
et le temps perdu a savoir comment.
Oublier ces heures qui tuaient parfois a coups de pourquoi
le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai, des perles de pluie venues de pays
ou il ne pleut pas
Je creusrai la terre jusqu'apres ma mort
pour couvrir ton corps d'or et de lumiere
Je f'rai un domain ou l'amour sera roi
ou l'amour sera loi ou tu sera reine.
Ne me quitte pas
Ne quitte pas

Ne me quitte pas Je t'inventerai
Des mots insensés que tu comprendras
Je te parlerai De ces amants-là
Qui ont vue deux fois Leurs coeurs s'embraser
Je te racontrain L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux Il est paraît-il
Des terres brûlées Donnant plus de blé Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler Je me cacherai là
A te regarder Danser et sourire
Et à t'écouter Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Composição: Jacques Brel

domingo, 9 de janeiro de 2011

bom dia!

acorda baby
já é tarde
olha o céu azul
da cor
deste domingo

acorda baby
que o dia está lindo
que o tempo
anda lento
e o sol
está sorrindo

acorda baby
já passou da hora
de estar dormindo

acorda ...

eu já vou indo ...

sábado, 8 de janeiro de 2011

só hoje existe

o mundo é mínimo
universo que se multiplica
nos fragmentos cíclicos
dos signos
falsos de significados
afetos percorridos
caminhos tortos
de encontros
estradas de despedidas
por que tudo vem e vai e volta e quando?

o mundo é mínimo
universo que se aplica
nos fragmentos cósmicos
dos astros
nas idas e vindas
o rosto obscuro de meu pai
no meio da multidão
o sonho remunerado
a distância do afastamento
o fantasma dos vivos
sem antes nem depois
só hoje existe